Mais um trabalho em favor da garantia da carne de cordeiro. Já existe o Selo do Cordeiro Premium Herval e, agora, a Associação de Criadores de Ovinos (Arco) assinou convênio com o Sebrae-RS para o Programa Cordeiro de Qualidade, dentro do Projeto Juntos para Competir. A partir de 2008, os consumidores de carne de cordeiro do Rio Grande do Sul terão a possibilidade de adquirir produtos de qualidade certificada, independentemente da marca escolhida.
O Programa Juntos Para Competir, impulsionado pelo Sebrae/RS, em parceria com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) e a Associação Riograndense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), estimula a organização e o aprimoramento das cadeias produtivas do agronegócio no Rio Grande do Sul, como a bovinocultura de corte, a suinocultura, a ovinocaprinocultura, a fruticultura, a floricultura, a vitivinicultura, a apicultura e a cultura da cana-de-açúcar e seus seus derivados.
"Vamos aumentar a eficiência dos sistemas de produção ovina e promover uma estratégia de comercialização integrada e com diferenciação do produto", diz o gestor estadual da Bovino e Ovinocultura do Sebrae/RS, Ângelo Aguinaga. A diferenciação será a certificação de qualidade. A estratégia de comercialização prevê uma iniciativa inédita: a constituição de um fundo para ações em marketing. Os recursos para o fundo serão repassados pelos três setores envolvidos na cadeia produtiva do cordeiro – produtor, indústria e varejo –, com um depósito de R$ 6,60 para cada animal abatido por meio do Programa Cordeiro de Qualidade.
No primeiro ano, o programa realizará uma ação-piloto com 30 produtores, integrantes de três grupos do Juntos para Competir de Dom Pedrito, São Gabriel e de São Martinho da Serra. "A meta é certificar três mil animais nesse primeiro ano", diz Aguinaga. A idéia, conforme o gestor, é ampliar o número de produtores envolvidos já a partir da próxima parição, que irá ocorrer entre julho e agosto de 2008.
Os animais incluídos no programa deverão obrigatoriamente estar identificados por meio de brincos, ser cadastrados na Arco, e, no momento do abate, ter menos de um ano de idade, peso mínimo entre 25 quilos e 40 quilos e índice de gordura entre 2,5 e 3,5 (a escala vai de 1 a 5). Se for macho, deverá ser castrado, ou então, abatido até sete meses de idade. O programa admite animais de todas as raças, independentemente de cruzamento.
Outro aspecto importante diz respeito ao manejo sanitário. Aguinaga destaca que só poderão ser utilizados produtos regulamentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. "Também é exigido respeito aos períodos de carência de utilização dos produtos antes do abate", acrescenta. Os animais deverão ter um tempo de permanência mínimo das propriedades de 60 dias, com criação em instalações adequadas aos princípios de bem-estar animal.
Embora estejam previstas ações de marketing integradas, os produtores terão autonomia para a comercialização da carne. Aguinaga destaca que o programa deverá propiciar aos produtores um espaço ainda maior no mercado interno. "Atualmente, o Brasil importa carne ovina do Uruguai justamente pela falta de organização e de certificação de qualidade do produto no Estado", diz o gestor. A necessidade de um programa de certificação de qualidade para a ovinocultura gaúcha havia sido tema de um encontro na edição do ano passado da Expointer - Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários. O protocolo que formalizou a parceria Sebrae e Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) para o desenvolvimento do Programa Cordeiro de Qualidade foi assinado durante a Expointer deste ano na sexta-feira, dia 31 de agosto, segundo informação da Agência Sebrae-RS de Notícias.
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