Mais um autor se
propõe a desvendar os segredos dos vinho, algo que vem sendo tentato desde Noé.
Os segredos do vinho – Para iniciantes
e iniciados, de José Osvaldo Albano do Amarante, chega à quarta edição, revista,
ampliada e atualizada, pela Mescla Editorial, q1ue o apresenta como o mais
completo livro sobre vinhos já escrito no Brasil. Além de
fornecer ao
leitor dicas para que ele os armazene e
consuma da forma correta, harmonizando-os com todos os tipos de comida, a obra explica
a arte da produção de vinhos e traz informações sobre os principais países
produtores, incluindo tabela das melhores safras do mundo.
Um verdadeiro
apreciador de vinhos precisa tomar algumas precauções antes mesmo de levar para
casa os seus prediletos, já que a bebida exige uma série de cuidados para que
todas as suas propriedades sejam mantidas. No livro, José Osvaldo Albano do Amarante, um dos
especialistas em vinhos do país, oferece informações sobre a bebida. “É o mais
completo livro sobre vinhos já editado no Brasil”, garante a editora, ensinando
os passos básicos para comprar, armazenar e degustar os vinhos, a obra também
traz dicas de harmonização, explica a produção da bebida em detalhe e desvenda
a preparação dos tintos, brancos, espumantes e rosados. Trata ainda da história
do vinho, disseca a arte da tanoaria (fabricação de barris) e oferece
informações atualizadas sobre sua produção e seu consumo mundial.
Ilustrado com
fotos coloridas e mapas informativos de 17 países vinícolas – entre eles
Brasil, França, Itália, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Argentina e Chile –,
o livro é referência tanto para os novatos no assunto quanto para os
connoisseurs. “O conhecimento do vinho é ilimitado, pois se trata de um assunto
vastíssimo, que abrange temas de diversas áreas. Por esse motivo, procuro
fornecer informações o mais concisas e objetivas possível e suficientes para
permitir que o leitor forme um quadro geral”, diz o autor. Ao longo da obra,
ele faz comentários e classificações pessoais a respeito de muitos tipos de
vinho, com o intuito de orientar os leitores.
Segundo Amarante,
não se sabe quando o homem começou a fazer vinho, mas, como foram encontradas
sementes de uva em cavernas pré-históricas da Ásia ocidental, presume-se que
essa bebida seja muito mais velha que a escrita. Nos primórdios do século XVI,
a viticultura constituía em Portugal importante setor de sua agricultura. Por
esse motivo, segundo ele, os navegantes levavam consigo às terras
recém-descobertas bacelos para plantá-los. Assim, iniciou-se a viticultura no
Brasil. Ao longo dos séculos, o homem foi aprendendo a aprimorar as técnicas de
elaboração do vinho, primeiro pelo método de tentativa e erro e depois
cientificamente, com as descobertas de Louis Pasteur (1822-1895) sobre os
princípios da fermentação alcoólica e as da microbiologia.
Ao traçar o
panorama mundial da bebida, o autor inclui informações sobre as importações de
vinhos e espumantes pelo Brasil. Nos últimos 17 anos, elas aumentaram de 23,8
milhões para 81,2 milhões de litros. “Nota-se um avanço significativo dos
vinhos sul-americanos em detrimento dos tradicionais países exportadores
europeus”, afirma Amarante. Segundo ele, a Argentina era em 1998 apenas o sexto
colocado, tornando-se em 2014 o segundo maior exportador para o Brasil. O
Chile, que em 1998 era o quarto colocado, passou em 2014 para a primeira
posição.
Uma das maiores
crendices, frequentemente divulgada, afirma que quanto mais velho for o vinho,
melhor ele é. “Esse conceito é totalmente falso, pois o vinho, assim como tudo
que possui vida, tem infância, juventude, maturidade, velhice e morte”, diz o
autor, enfatizando que a fase ideal para degustá-lo é a maturidade. Ele explica
ainda que a longevidade de um vinho depende diretamente do teor alcoólico, do
nível de açúcar, da quantidade de acidez e da sua tanicidade, no caso dos
tintos. “Quanto mais ele tiver álcool etílico, açúcar, acidez e taninos, mais
duradouro será”, complementa.
De acordo com
Amarante, é fundamental servir vinhos na temperatura correta. “Entretanto, é
difícil determinar exatamente qual é ela, pois pode – e até deve – variar com o
gosto de cada um, o local e a estação do ano”, diz. Para que um vinho seja
perfeitamente apreciado, ele deve ser servido em um copo com formato e tamanho
adequados, que realce todas as qualidades visuais, olfativas, gustativas e táteis
da bebida. Ainda segundo o autor, a decantação é uma operação mecânica de
limpeza do líquido, diferente, portanto, do arejamento – aeração química da
bebida.
No capítulo sobre
o consumo da bebida, destaca-se a importância da harmonização com os alimentos.
Para o autor, a combinação entre comida e vinho obedece a duas regras de ouro.
A primeira estipula que a força do alimento seja proporcional à da bebida – que
as comidas e os vinhos mantenham entre si perfeito equilíbrio, sem que nenhum
dos dois sobressaia mais que o outro. Já a segunda recomenda que o gosto de
cada consumidor deva sempre prevalecer na escolha da combinação entre o prato e
o vinho.
Criador e
coordenador da primeira confraria brasileira de degustação de vinhos às cegas,
Amarante sugere que o ideal é até dez amigos interessados se juntarem para
formar uma confraria de vinho. Ao final da degustação, diz ele, a troca de
impressões com os outros provadores é de fundamental importância para
consolidar as impressões gerais da prova. Os grandes vinhos são reconhecidos
mesmo com o copo vazio, pois a sua qualidade aromática persiste por bastante
tempo. “O apanágio dos grandes vinhos é ter altíssima qualidade de retrogosto
associada à longuíssima persistência retro-olfativa”, afirma o especialista.
O autor
José Osvaldo
Albano do Amarante, 63 anos, engenheiro químico formado em 1971, é diretor
técnico da Mistral Vinhos Importados. É membro do grupo de experts do Brasil na
comissão de direito e economia da Organização Internacional da Vinha e do Vinho
(OIV). Foi professor do curso superior de Gastronomia da Universidade Anhembi
Morumbi e também do curso de formação de sommeliers da Associação Brasileira de
Sommeliers (ABS-SP). Escreveu Vinhos do Brasil e do mundo para conhecer e beber
(1983) e Vinhos e vinícolas do Brasil (1986), ambos editados pela Summus, e foi
consultor do capítulo “Brazil” da sexta edição do livro The world atlas of
wine, de Hugh Johnson e Jancis Robinson (Mitchell Beazley, 2007). Articulista
de importantes publicações (Gula, Revista do Vinho e Playboy) e professor em
mais de 630 cursos, dá palestras sobre vinho e organiza viagens
enogastronômicas pelo mundo.
Preço: R$ 205,00
(epub: R$ 99,00)
Páginas: 624 - ISBN:
978-85-88641-38-9 (17 x 24 cm)
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