segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Os segredos do vinho – Para iniciantes e iniciados

  
Mais um autor se propõe a desvendar os segredos dos vinho, algo que vem sendo tentato desde Noé.   Os segredos do vinho – Para iniciantes e iniciados, de José Osvaldo Albano do Amarante, chega à quarta edição, revista, ampliada e atualizada, pela Mescla Editorial, q1ue o apresenta como o mais completo livro sobre vinhos já escrito no Brasil. Além de
fornecer ao leitor  dicas para que ele os armazene e consuma da forma correta, harmonizando-os com todos os tipos de comida, a obra explica a arte da produção de vinhos e traz informações sobre os principais países produtores, incluindo tabela das melhores safras do mundo.                  
Um verdadeiro apreciador de vinhos precisa tomar algumas precauções antes mesmo de levar para casa os seus prediletos, já que a bebida exige uma série de cuidados para que todas as suas propriedades sejam mantidas. No livro,  José Osvaldo Albano do Amarante, um dos especialistas em vinhos do país, oferece informações sobre a bebida. “É o mais completo livro sobre vinhos já editado no Brasil”, garante a editora, ensinando os passos básicos para comprar, armazenar e degustar os vinhos, a obra também traz dicas de harmonização, explica a produção da bebida em detalhe e desvenda a preparação dos tintos, brancos, espumantes e rosados. Trata ainda da história do vinho, disseca a arte da tanoaria (fabricação de barris) e oferece informações atualizadas sobre sua produção e seu consumo mundial.
Ilustrado com fotos coloridas e mapas informativos de 17 países vinícolas – entre eles Brasil, França, Itália, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Argentina e Chile –, o livro é referência tanto para os novatos no assunto quanto para os connoisseurs. “O conhecimento do vinho é ilimitado, pois se trata de um assunto vastíssimo, que abrange temas de diversas áreas. Por esse motivo, procuro fornecer informações o mais concisas e objetivas possível e suficientes para permitir que o leitor forme um quadro geral”, diz o autor. Ao longo da obra, ele faz comentários e classificações pessoais a respeito de muitos tipos de vinho, com o intuito de orientar os leitores.
Segundo Amarante, não se sabe quando o homem começou a fazer vinho, mas, como foram encontradas sementes de uva em cavernas pré-históricas da Ásia ocidental, presume-se que essa bebida seja muito mais velha que a escrita. Nos primórdios do século XVI, a viticultura constituía em Portugal importante setor de sua agricultura. Por esse motivo, segundo ele, os navegantes levavam consigo às terras recém-descobertas bacelos para plantá-los. Assim, iniciou-se a viticultura no Brasil. Ao longo dos séculos, o homem foi aprendendo a aprimorar as técnicas de elaboração do vinho, primeiro pelo método de tentativa e erro e depois cientificamente, com as descobertas de Louis Pasteur (1822-1895) sobre os princípios da fermentação alcoólica e as da microbiologia.
Ao traçar o panorama mundial da bebida, o autor inclui informações sobre as importações de vinhos e espumantes pelo Brasil. Nos últimos 17 anos, elas aumentaram de 23,8 milhões para 81,2 milhões de litros. “Nota-se um avanço significativo dos vinhos sul-americanos em detrimento dos tradicionais países exportadores europeus”, afirma Amarante. Segundo ele, a Argentina era em 1998 apenas o sexto colocado, tornando-se em 2014 o segundo maior exportador para o Brasil. O Chile, que em 1998 era o quarto colocado, passou em 2014 para a primeira posição.
Uma das maiores crendices, frequentemente divulgada, afirma que quanto mais velho for o vinho, melhor ele é. “Esse conceito é totalmente falso, pois o vinho, assim como tudo que possui vida, tem infância, juventude, maturidade, velhice e morte”, diz o autor, enfatizando que a fase ideal para degustá-lo é a maturidade. Ele explica ainda que a longevidade de um vinho depende diretamente do teor alcoólico, do nível de açúcar, da quantidade de acidez e da sua tanicidade, no caso dos tintos. “Quanto mais ele tiver álcool etílico, açúcar, acidez e taninos, mais duradouro será”, complementa.
De acordo com Amarante, é fundamental servir vinhos na temperatura correta. “Entretanto, é difícil determinar exatamente qual é ela, pois pode – e até deve – variar com o gosto de cada um, o local e a estação do ano”, diz. Para que um vinho seja perfeitamente apreciado, ele deve ser servido em um copo com formato e tamanho adequados, que realce todas as qualidades visuais, olfativas, gustativas e táteis da bebida. Ainda segundo o autor, a decantação é uma operação mecânica de limpeza do líquido, diferente, portanto, do arejamento – aeração química da bebida.
No capítulo sobre o consumo da bebida, destaca-se a importância da harmonização com os alimentos. Para o autor, a combinação entre comida e vinho obedece a duas regras de ouro. A primeira estipula que a força do alimento seja proporcional à da bebida – que as comidas e os vinhos mantenham entre si perfeito equilíbrio, sem que nenhum dos dois sobressaia mais que o outro. Já a segunda recomenda que o gosto de cada consumidor deva sempre prevalecer na escolha da combinação entre o prato e o vinho.
Criador e coordenador da primeira confraria brasileira de degustação de vinhos às cegas, Amarante sugere que o ideal é até dez amigos interessados se juntarem para formar uma confraria de vinho. Ao final da degustação, diz ele, a troca de impressões com os outros provadores é de fundamental importância para consolidar as impressões gerais da prova. Os grandes vinhos são reconhecidos mesmo com o copo vazio, pois a sua qualidade aromática persiste por bastante tempo. “O apanágio dos grandes vinhos é ter altíssima qualidade de retrogosto associada à longuíssima persistência retro-olfativa”, afirma o especialista.
O autor
José Osvaldo Albano do Amarante, 63 anos, engenheiro químico formado em 1971, é diretor técnico da Mistral Vinhos Importados. É membro do grupo de experts do Brasil na comissão de direito e economia da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Foi professor do curso superior de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi e também do curso de formação de sommeliers da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP). Escreveu Vinhos do Brasil e do mundo para conhecer e beber (1983) e Vinhos e vinícolas do Brasil (1986), ambos editados pela Summus, e foi consultor do capítulo “Brazil” da sexta edição do livro The world atlas of wine, de Hugh Johnson e Jancis Robinson (Mitchell Beazley, 2007). Articulista de importantes publicações (Gula, Revista do Vinho e Playboy) e professor em mais de 630 cursos, dá palestras sobre vinho e organiza viagens enogastronômicas pelo mundo.
Preço: R$ 205,00 (epub: R$ 99,00)

Páginas: 624 - ISBN: 978-85-88641-38-9 (17 x 24 cm)

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