Sommelier Mauricio Rollof apresentou vinhos nacionais
Foto Uriel Gonçalves/D/JN
Bate-papo com o sommelier Maurício Roloff e apreciação
de produtos fizeram parte da programação do novo espaço na quarta-feira, 18 de
novembro , em Porto Alegre. Degustar
vinhos e espumantes nacionais da estação e ainda participar de uma conversa com
o jornalista, sommelier e pesquisador do mundo do vinho
Maurício Roloff. Tudo isso em um ambiente moderno, colorido e cercado por arte
em todos os lados. Essa foi a ação que o Central Parque, em parceria com o Instituto Nacional do Vinho (Ibravin), ofereceu para as
pessoas que foram conferir o Coletivo Central, novo espaço de criação e
interação na Capital gaúcha.
O encontro ocorreu de maneira
informal e descontraída, com um bate-papo iluminado pela luz de um pôr do sol
generoso que se despedia entre uma degustação e outra. O sommelier apresentou
oito tipos de vinhos e espumantes brancos e rosés para o verão. “Estou
especialmente entusiasmado para falar sobre os vinhos de verão, que normalmente
são leves e refrescantes, porque percebo que as pessoas no Brasil ainda têm
certa resistência em experimentá-los”, comentou. Para ilustrar sua constatação,
Roloff relatou que, em uma viagem com amigos para a Bahia, foi visitar o mercado
público e percebeu que não tinha nenhum vinho branco brasileiro, somente
chileno, e pensou: “Por que isso acontece? Acho que é um pouco de preconceito
das pessoas com esse tipo de bebida, que é razoavelmente descomplicada e fácil
de aprender”, avaliou.
A degustação se iniciou com a
apresentação dos vinhos brancos, todos da Serra Gaúcha. O sommelier escolheu um
vinho Moscato, safra 2015, e descreveu algumas características da bebida: “É
refrescante, gostoso, com uma riqueza de aromas, flores e mel, e com frutas
brancas. É um clássico vinho de beira de piscina”. E complementou: “Na verdade,
quando utilizamos a expressão ‘beira de piscina’ é porque não sabemos como
definir esse vinho, que é delicioso e simples”, brincou.
Quanto ao consumo de vinhos e
seu tempo de amadurecimento, o pesquisador relatou que antigamente as pessoas
pensavam no envelhecimento dos vinhos, mas que hoje em dia a maioria dos
consumidores não tem muito espaço para fazer uma estrutura adequada de
armazenamento. Por isso, o mercado pede por vinhos prontos para o consumo.
No momento da apresentação dos
vinhos rosés, o sommelier explicou que os vinhos deste tipo durante muito tempo
foram vistos como um subproduto porque eram muitas vezes, a combinação de um
vinho tinto com um branco. “De um tempo para cá eles estão caindo no gosto de
muita gente, e não só do público feminino”, enfatizou. Segundo Roloff, de acordo
com um levantamento recente, nos últimos 12 anos o consumo de vinhos deste tipo
aumentou em 20% no mundo. Outro dado apontou que no Brasil homens estão
consumindo a bebida rosé mais que as mulheres.
Para ilustrar as caraterísticas
do vinho rosé, foi oferecido para degustação um Casa Valduga Leopoldina, linha
Premivm, Merlot, safra 2014, e Roloff descreveu o produto como “um vinho leve,
fresco e uma ótima opção para substituir a cerveja”. Ele esclareceu que os
vinhos brancos são feitos com uvas brancas, e os tintos com uvas tintas. “Os
brancos e rosés primam pela leveza e frescor, são vinhos ligeiros para um
consumo mais frequente”, salientou. Ainda sobre os vinhos brancos e rosés ele
observou que, em geral, ambos devem ser bebidos enquanto são jovens. “É melhor
tomá-los em um ano da safra ou no próximo ano. Já os tintos que encontramos nos
supermercados podem ser consumidos entre três e cinco anos”, avisou.
No momento seguinte, o
sommelier disponibilizou alguns espumantes, que segundo ele, são como um cartão
de visitas da vitivinicultura brasileira. Para o pesquisador, o que faz do
espumante nacional um sucesso é o espírito de celebração do povo brasileiro.
“Nenhum outro produto tem tanto a cara de comemoração como esta bebida, já no
Brasil temos a vontade de celebrar”, observou.
Entre os espumantes servidos, o
Guatambu Rosé Brut, safra 2014, com variedade Pinot Noir e Gewürztraminer,
fabricado em Dom Pedrito (RS) e o Dal Pizzol Nature, variedade Pinor Noir e
Chardonnay, foram as estrelas da noite. O primeiro apresentou uma mistura de
uvas que normalmente não são vistas em uma mesma garrafa. Já o segundo, sem
adição de açúcar, agradou igualmente. Foram degustadoas ainda o Don Giovanni
Brut e o Aurora Procedências Pinot Noir Brut.
Para encerrar o bate-papo, o
palestrante lembrou que, quando se trata de vinhos, é preciso ousar e
experimentar. “A maior lição quando se fala desta bebida e o mais importante é
identificar aquilo que gostamos. Não devemos nos influenciar sobre nada e muito
menos consumir determinado vinho por obrigação”, revelou.
Uma iniciativa que vai oferecer
aos habitantes da capital gaúcha várias opções de eventos como food trucks,
palestras, oficinas de sustentabilidade, workshops de gastronomia, em um
conceito multivida idealizado para a comunidade, este é o Coetivo Central, localizado
na Rua Dr. Edgar Diefenthaeler, sem número, com acesso pela Avenida
Ipiranga, 7454, no Central Parque. O calendário com as
atividades pode ser encontrado nas redes sociais do projeto – facebook.com/centralparquepoa e instagram.com/centralparquepoa.
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