sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O mundo dos vinhos no Coletivo Central


Sommelier Mauricio Rollof apresentou vinhos nacionais
                                     Foto Uriel Gonçalves/D/JN

Bate-papo com o sommelier Maurício Roloff e apreciação de produtos fizeram parte da programação do novo espaço na quarta-feira, 18 de novembro, em Porto Alegre. Degustar vinhos e espumantes nacionais da estação e ainda participar de uma conversa com o jornalista, sommelier e pesquisador do mundo do vinho Maurício Roloff. Tudo isso em um ambiente moderno, colorido e cercado por arte em todos os lados. Essa foi a ação que o Central Parque, em parceria com o Instituto Nacional do Vinho (Ibravin), ofereceu para as pessoas que foram conferir o Coletivo Central, novo espaço de criação e interação na Capital gaúcha.
O encontro ocorreu de maneira informal e descontraída, com um bate-papo iluminado pela luz de um pôr do sol generoso que se despedia entre uma degustação e outra. O sommelier apresentou oito tipos de vinhos e espumantes brancos e rosés para o verão. “Estou especialmente entusiasmado para falar sobre os vinhos de verão, que normalmente são leves e refrescantes, porque percebo que as pessoas no Brasil ainda têm certa resistência em experimentá-los”, comentou. Para ilustrar sua constatação, Roloff relatou que, em uma viagem com amigos para a Bahia, foi visitar o mercado público e percebeu que não tinha nenhum vinho branco brasileiro, somente chileno, e pensou: “Por que isso acontece? Acho que é um pouco de preconceito das pessoas com esse tipo de bebida, que é razoavelmente descomplicada e fácil de aprender”, avaliou.
A degustação se iniciou com a apresentação dos vinhos brancos, todos da Serra Gaúcha. O sommelier escolheu um vinho Moscato, safra 2015, e descreveu algumas características da bebida: “É refrescante, gostoso, com uma riqueza de aromas, flores e mel, e com frutas brancas. É um clássico vinho de beira de piscina”. E complementou: “Na verdade, quando utilizamos a expressão ‘beira de piscina’ é porque não sabemos como definir esse vinho, que é delicioso e simples”, brincou.
Na sequência, foram servidos os brancos Luiz Argenta L.A. Jovem Riesling,  safra 2015, que Maurício descreveu como “um vinho com aroma de flores, com um toque de abacaxi e com uma acidez bem marcada que evidencia o sabor”, e um Chardonnay, da Pizzato – Fausto Pizzato, safra 2015. Este último, ele comentou ser um vinho de grife. “Esta bebida tem fruta de polpa branca, melão e um toque quase amanteigado. Além disso, a Pizzato prima pela excelência, principalmente pelos vinhos tintos e espumantes”, destacou. Roloff ainda acrescentou que o Chardonnay é a “rainha das uvas brancas” e que nessa categoria é a mais popular no mundo atualmente.
Quanto ao consumo de vinhos e seu tempo de amadurecimento, o pesquisador relatou que antigamente as pessoas pensavam no envelhecimento dos vinhos, mas que hoje em dia a maioria dos consumidores não tem muito espaço para fazer uma estrutura adequada de armazenamento. Por isso, o mercado pede por vinhos prontos para o consumo.
No momento da apresentação dos vinhos rosés, o sommelier explicou que os vinhos deste tipo durante muito tempo foram vistos como um subproduto porque eram muitas vezes, a combinação de um vinho tinto com um branco. “De um tempo para cá eles estão caindo no gosto de muita gente, e não só do público feminino”, enfatizou. Segundo Roloff, de acordo com um levantamento recente, nos últimos 12 anos o consumo de vinhos deste tipo aumentou em 20% no mundo. Outro dado apontou que no Brasil homens estão consumindo a bebida rosé mais que as mulheres.
Para ilustrar as caraterísticas do vinho rosé, foi oferecido para degustação um Casa Valduga Leopoldina, linha Premivm, Merlot, safra 2014, e Roloff descreveu o produto como “um vinho leve, fresco e uma ótima opção para substituir a cerveja”. Ele esclareceu que os vinhos brancos são feitos com uvas brancas, e os tintos com uvas tintas. “Os brancos e rosés primam pela leveza e frescor, são vinhos ligeiros para um consumo mais frequente”, salientou. Ainda sobre os vinhos brancos e rosés ele observou que, em geral, ambos devem ser bebidos enquanto são jovens. “É melhor tomá-los em um ano da safra ou no próximo ano. Já os tintos que encontramos nos supermercados podem ser consumidos entre três e cinco anos”, avisou.
No momento seguinte, o sommelier disponibilizou alguns espumantes, que segundo ele, são como um cartão de visitas da vitivinicultura brasileira. Para o pesquisador, o que faz do espumante nacional um sucesso é o espírito de celebração do povo brasileiro. “Nenhum outro produto tem tanto a cara de comemoração como esta bebida, já no Brasil temos a vontade de celebrar”, observou.
Entre os espumantes servidos, o Guatambu Rosé Brut, safra 2014, com variedade Pinot Noir e Gewürztraminer, fabricado em Dom Pedrito (RS) e o Dal Pizzol Nature, variedade Pinor Noir e Chardonnay, foram as estrelas da noite. O primeiro apresentou uma mistura de uvas que normalmente não são vistas em uma mesma garrafa. Já o segundo, sem adição de açúcar, agradou igualmente. Foram degustadoas ainda o Don Giovanni Brut e o Aurora Procedências Pinot Noir Brut.
Para encerrar o bate-papo, o palestrante lembrou que, quando se trata de vinhos, é preciso ousar e experimentar. “A maior lição quando se fala desta bebida e o mais importante é identificar aquilo que gostamos. Não devemos nos influenciar sobre nada e muito menos consumir determinado vinho por obrigação”, revelou.

Uma iniciativa que vai oferecer aos habitantes da capital gaúcha várias opções de eventos como food trucks, palestras, oficinas de sustentabilidade, workshops de gastronomia, em um conceito multivida idealizado para a comunidade, este é o Coetivo Central, localizado na Rua Dr. Edgar Diefenthaeler, sem número, com acesso pela Avenida Ipiranga, 7454, no Central Parque.  O calendário com as atividades pode ser encontrado nas redes sociais do projeto – facebook.com/centralparquepoa e instagram.com/centralparquepoa. 

Nenhum comentário: