Participar de um concurso de credibilidade vai muito além
de – se possível - sair de lá e ostentar uma medalha. Dependendo do concurso é
a chave para abrir mercados internacionais, já que promove muita visibilidade
para o produto em si e consequentemente para o país de origem. É isso o que
acontece com os participantes que são premiados no Concours Mondial Spirits
Selection, uma das maiores competições de destilados do mundo, que este ano
aconteceu de 6 a 8 de junho, em Florianópolis, e pela primeira vez em um país
da América Latina. “O evento é acompanhado pelo mundo e o prêmio é um tipo de
validação da qualidade do produto. A visibilidade da marca é imensurável, além
de um crescimento de cerca de 30% nas vendas do destilado premiado”, ressaltou
Zoraida Lobato, diretora da Market Press evento, promotora do concurso no
Brasil.
Foi o que aconteceu com a Cachaça da Quinta que, mesmo
com 90 anos no mercado, só participou do concurso em 2013. A estreia já foi com
o pé direito: ganhou a medalha dupla de ouro, o prêmio máximo. “Nunca uma
cachaça tinha obtido este prêmio no Spirits Selection. Foi para nós um
importante reconhecimento do trabalho realizado pela Fazenda da Quinta”, afirma
Katia Alves Espírito Santo, produtora e proprietária da Fazenda da Quinta, localizada
no Rio de Janeiro.
De
acordo com Katia, mesmo a “Cachaça da Quinta” tendo o Certificado de Orgânico e
o Certificado de Qualidade, foi o prêmio mundial que possibilitou um ganho no
mercado de 20% em um ano. “Tivemos retorno quase imediato de um distribuidor
para exportação, o que já foi concretizado para Taiwan”, conta. “E a tendência
de crescimento continua. Investimos em canaviais e no aumento de produção”,
completa.
De 06 a 08 de junho – 720 amostras de cachaças, runs,
whiskies, vodcas, cognacs, brandies, piscos e grappas de todo o mundo competiram
entre si. Foram 238 destilados brasileiros participantes que tiveram a chance
de mostrar ao mundo a qualidade. Desses, 220 foram só de cachaças originárias
do Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e São Paulo - principais
produtores, em volume, de acordo com IBRAC – além de Alagoas, Bahia, Goiás,
Maranhão, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio
de Janeiro. Os outros 18 destilados do Brasil foramrepresentantes de grappas e
vodcas.
A cachaça é o terceiro destilado mais consumido do mundo
e primeiro no país. É a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil,
perdendo somente para a cerveja. Mas, ainda é preciso fazer muito para promover
a cachaça no mundo. De acordo com dados do IBRAC e do professor Jairo Martins,
em relação às exportações, houve um crescimento nos últimos anos, mas as
exportações de Cachaça em 2013 (em volume) totalizaram apenas 9,27 milhões de
litros - cerca de 1% do que é produzido. A capacidade instalada de produção é
estimada hoje em 1,2 bilhões de litros ao ano, porém a produção anual é de 800
milhões de litros. “O mundo está de olho em nós por conta da Copa e também
devido a este concurso de destilados. É uma boa oportunidade para destacar a qualidade
dos produtos brasileiros, além de ser positivo para o posicionamento e venda
desses produtos no exterior”, diz a diretora.
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