quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Situação das estradas gaúchas prejudica o agronegócio, os cordeiros e o vinho

                                       A maioria das estradas gaúchas são de terra batida
                                           As de asfalto são chamadas de buracolândia 

A situação das estradas do Rio Grande do Sul – ao dá nem para chamar de rodovias – é tão ruim, depois do governo de Tarso Genro (PT), que produtores rurais de todo o estado reclamam, principalmente quando vê um jornalista. A pergunta básica é: “E vocês, não vêem isso? Não escrevem nada?”
O ex-desembargador e atual fazendeiro em Unistalda, Ruy Gessinger, acaba de postar na internet um comentário bem apropriado:
“Após dez horas de viagem e dois pneus cortados carneiros da Gessinger chegam a Pelotas
Nosso Cargo boiadeiro flamante saiu da estância às cinco da manhã. Até a BR 287 são só 7 kms, mas se leva 40 minutos dada a buraqueira. Daí Santiago, Jaguari e São Vicente. Dobra a direita em direção ao S. F de Assis e entra no trevo para Cacequi. Buraqueira e buraqueira até Rosário do Sul. Dois pneus inutilizados. Chegamos em São Gabriel e é inevitável comprar dois pneus novos. Dois mil pilas.  Duas horas no sol e os carneiros sofrendo. Segue a viagem até o entroncamento com a Br 392, cem kms. Dobra à direita na 392 e segue Caçapava, Santana da Boa Vista, Canguçu e Pelotas para a chegada na fazenda Santa Amélia do Elmar Hadler às 17,30, sob torrencial chuva.”
Estive em Santana do Livramento, para cumprir meu sagrado direito do voto, e ouvi de fazendeiros de todas as regiões rurais do municípios queixas sobre a terrível situação das estradas estaduais e municípais da região. Livramento ainda é mais prejudicada porque é um dos maiores municípios do estado e o que tem a maior extensão de rodovias municipais e a menor de federais. O problema é pior que o de Ruy Gessinger porque as estradas estão tão ruins que os caminhoneiros não querem ir até as estâncias buscar animais ou produtos. Muitos recém terminaram a esquila das ovelhas e estão com a lã estocada nos galpões prque não encontram transportadores dispostos a  enfrentar as estradas municipais e transportá-la para as barracas na cidade. Há vinícola que reclamam que as sacudidas durante o transporte do vinho prejudica a qualidade do produto.
O criador Claudino Loro, com estâncias no Sarandi, entre Livramento e Rosário do Sul, além da lã, está com vários bois prontos para abate e não consegue boiadeiros que se disponham a buscar os animais e transportar para os frigoríficos, interessados na qualidade de seus Angus. Ele já está estudando até em voltar aos bons tempos das tropas de gado, quando 20/30 homens tocavam por diante, à cavalo, três ou quatro mil bois com destino aos frigórfios Armour, Swfit e Wilson que existiam na região da Campanha. Tropeça em outro problema moderno: não há peões, não há mão de obra para a tarefa. As estradas estão ruins na região do basalto, com burcos e pedras enormes no leito da vida, e na região da areia, com sulcos que trancam as rodas dos veículos. Há até uma vinícola que sofre para transportar sua garrafas de vinhos, pois elas chacoalham tanto que o vinho perde qualidade.
Na região da Serra gaúcha, onde o asfalto é abundante, o leito das rodovias está tão esburacado que é um perigo caminhões pesados transitarem por ela, principal à noite. Os motoristas de automóveis também correm perigo. A principal rodovia do vinho, entre São Vendelino e Bento Gonçalves, permanentemente em subida e com muitas curvas, é palco de acidentes cotidianamente. Além do vinho, por ali escoam móveis, utensílios domésticos de grandes indústrias e uma vasta produção metalmecânica. A jornalista Rosane Oliveira  tem razão quando diz que “o Rio Grande do Sul tem uma tradição de estradas ruins, fruto do descaso com a manutenção.










3 comentários:

Aldo disse...

Se concede a rodovia e cobra pedágio há quebra-quebra e invasão das praças. E o Estado não tem dinheiro. Não existe milagre. A saída é o aeroporto!

Aldo disse...

O futuro governador poderia fazer PPPs com a iniciativa privada para a manutenção das que estiverem menos pior... Há várias formas de parcerias que poderiam ser feitas, inclusive com os municípios.

Aldo disse...

Por que não PPPs para a manutenção das menos piores?