Os vinhos brasileiros faturaram US$ 240 mil (dólares) - cerca de R$ 500 mil (reais) - nos cinco dias do Salão Internacional da Alimentação (Sial 2008), realizado no Parque de Exposições de Paris, capital da França. O levantamento da comercialização (incluindo exclusivamente pedidos feitos no evento) foi realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), dia 23 de outubro, último dia da feira, que começou no domingo (19). Segundo a gerente de exportação do Ibravin, Andreia Gentilini Milan, se forem considerados os negócios prospectados para os próximos 12 meses, as vendas das quatro vinícolas brasileiras presentes na Sial 2008 - Miolo, Don Laurindo, Lidio Carraro e Courmayer - chegam a US$ 820 mil (dólares) ou R$ 1,7 milhão (reais). "A nossa expectativa foi totalmente superada", afirma Andreia Gentilini Milan.
A gerente de exportação do Ibravin destaca a estréia com o pé-direito da vinícola Lidio Carraro. A empresa familiar de Bento e Encruzilhada do Sul alcançou o mesmo resultado que a Miolo Wine Group, uma veterana e experiente vinícola com forte presença internacional. Tanto a Lidio Carraro como a Miolo comercializaram, cada uma, US$ 120 mil (dólares) na Sial 2008. "Isso comprova que o projeto do Ibravin de trazer para o mesmo espaço tanto pequenas como grandes vinícolas traz resultados efetivos", observa Andreia Gentilini Milan. "Sozinhas, sem apoio, a Don Laurindo, a Lidio Carraro e a Courmayer não teriam condições de estar numa feira internacional múltipla como a Sial". Estas três empresas contaram com a parceria do Sebrae-RS, da Apex-Brasil e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai) para virem até Paris.
A Lidio Carraro fechou um pedido de U$ 100 mil para a Índia, o quinto maior importador de vinhos do mundo. "Foi uma agradável surpresa. Um dos últimos países que pensávamos em vender nossos vinhos era para a índia", confessa Patricia Carraro. Ela conta que os produtos da vinícola serão distribuídos em restaurantes e também para o consumidor final. Outro pedido recebido pela empresa veio da Eslováquia, no montante de U$ 20 mil, que será destinado a restaurantes e lojas especializadas de vinho. Vale salientar que só foram vendidos os vinhos das linhas top e premium da Lidio Carraro, com valorres que vão de US$ 9 a US$ 28 a garrafa. "Os clientes perceberam a relação entre qualidade e preço", diz Patricia Carraro. Ela calcula que, em 12 meses, os 80 contatos realizados com países da Europa, Ásia, América do Sul e América do Norte cheguem a U$ 200 mil em pedidos. "Depois da Sial, a exportação de nossos vinhos deve passar dos 15% atuais para 25%", revela.
A experiente Miolo Wine Group fechou um grande contrato de US$ 120 mil para os Estados Unidos e projeta atingir a soma de US$ 500 mil no próximo ano com os 150 contatos estabelecidos com distribuidores e revendedores da França, Bélgica, África, Finlândia, Portugal, Canadá, Chile, Libano, Suécia, Itália, Irlanda, Guiana Francesa e Ucrânia. "Nossa participação na Sial confirmou a excelência e a diversidade desta feira, que congrega países do mundo todo e de áreas afins, o que possibilita, além da venda direta, o marketing integrado com outros setores da aliemntação e do agronegócio", comenta o diretor de Relações Internacionais da empresa, Carlos Eduardo Nogueira. "Só encontramos clientes de países como a Africa em feiras de alimentação. Eles não vão a feiras específicas e especializadas em vinhos", exemplifica. Nogueira também destaca a abertura do Espaço Gourmet, que oportunizou o contato dos vinhos da Miolo com dois dos mais prestigiados chefs de cuisine do mundo, os franceses Alain Ducasse e Philippe Gonet. "Isso dificilmente teria ocorrido sem este espaço".
O diretor-presidente e enólogo, Ademir Brandelli, da Don Laurindo, realizou 50 contatos com distribuidores da Holanda, Alemanha, Suiça, Portugal e Estados Unidos. Mesmo sem fechar nenhum pedido durante a Sial, Brandeli saiu bastante satisfeito do evento. "As conversas e negociações aqui iniciadas devem gerar vendas de pelo menos U$ 50 mil nos próximos meses", garante. Os vinhos Don Laurindo foram muito elogiados pelas centenas de convidados do Espaço Gourmet. No local, foram consumidas aproximadamente 20 garrafas/dia de vinho, acompanhando 100 refeições diárias. "A qualidade dos nossos produtos foram muito apreciadas no espaço. O Reserva Don Laurindo foi o mais pedido e o mais aplaudido", comemora.
A Courmayer também espera colher frutos das dezenas de contatos realizados na Sial 2008. A expectativa é faturar US$ 70 mil em vendas nos próximos meses. Conforme Gilian Verzeletti, a participação na feira também foi importante por identificar a necessidade de alguma adequação nos produtos da vinícola voltados à exportação. "Foi um aprendizado muito grande", relata.
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