terça-feira, 29 de julho de 2014

Vinhos moscatéis de Farroupilha solicitam Indicação de Procedência


Da esquerda para a direita: João Carlos Taffarel, Norberto Barcellos, pesquisador da Embrapa Jorge Tonietto e pesquisador em Propriedade Industrial, do INPI, Wilson Fogazzi da Silva Junior, Ricardo José Chesini, presidente da Afavin, e  Maria Isabel de Toledo Andrade Cunha, do escritório do INPI em Porto Alegre.
Foto Marciele Scarton/D/JN


            A Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin) protocolou na Sede do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em Porto Alegre, o pedido para reconhecimento da IP Farroupilha, na tarde da última sexta-feira, 25 de julho.  A solicitação formal do reconhecimento exigiu a entrega de um detalhado dossiê com a delimitação geográfica, a caracterização da vitivinicultura (vinhedos e vinícolas), os processos de produção, as características de qualidade química e sensorial dos vinhos, incluindo o reconhecimento histórico da região como produtora de vinhos moscatéis. No dossiê, consta também o Regulamento de Uso da IP, estabelecendo os processos de produção exclusivos e obrigatórios e o plano de controle e certificação dos vinhos qualificados.
            Para o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Jorge Tonietto, coordenador técnico do projeto, o grande diferencial desta Indicação é que a área delimitada corresponde à tradicional região produtora de uvas moscatéis da Serra Gaúcha, tendo a maior concentração destas variedades  do país. “A conquista da Indicação pela Afavin irá possibilitar que centenas de produtores e dezenas de vinícolas estabelecidos dentro da região delimitada possam elaborar moscatéis espumantes – um dos carros-chefes da preferência nacional-, frisantes e vinhos tranquilos, que expressam a originalidade do terroir desta região”, destaca.
          Além de estarem na área delimitada, os produtos para receberem a certificação passam por criteriosos processos de produção e de elaboração dos vinhos segundo o estabelecido no  Regulamento de Uso desenvolvido especialmente para os vinhos da IP Farroupilha.
        Para o presidente do conselho técnico da Afavin, João Carlos Taffarel, a solicitação marca o fim de um importante processo. “Com a entrega da documentação desse projeto tão focado, temos a iminência do reconhecimento oficial como indicação de procedência no prazo aproximado a um ano e isso coroa um trabalho de longo prazo que estamos desenvolvendo pelo fortalecimento da cadeia vitivinícola local”, menciona. O presidente da entidade, Ricardo José Chesini acrescenta que a obtenção da IP representa a passagem para um novo patamar de trabalho e de promoção dos vinhos e espumantes farroupilhenses. “Enfatizar as bebidas moscatéis é uma estratégia assertiva porque valoriza e aproveita a vocação local e tem um grande apelo no mercado, sendo esses produtos versáteis, leves e aromáticos, com expressiva aceitação no mercado nacional e potencial para exportação ”, salienta.
          As atividades em busca da certificação começaram em 2005, com a criação da Afavin. Na sequência, diversas ações foram desenvolvidas, mas a iniciativa ganhou força no ano de 2009 com a aprovação de projeto de Desenvolvimento da Indicação Geográfica, sob a coordenação da Embrapa Uva e Vinho, tendo como instituições parceiras a Embrapa Clima Temperado, a Universidade de Caxias do Sul e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em trabalho conjunto com os produtores associados da Afavin. A Afavin também conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Farroupilha. O escritório Barcellos Marcas e Patentes preparou o processo protocolado no INPI.

          Assim que a IP Farroupilha for aprovado pelo INPI, o Brasil terá cinco Indicações Geográficas  de Vinhos Finos: IP Vale dos Vinhedos (2002) – DO em 2012, IP Pinto Bandeira (2010), IP Altos Montes (2012), IP Monte Belo (2013). Todas receberem a orientação e o acompanhamento da Embrapa Uva e Vinho.

Nenhum comentário: