Da esquerda para a direita: João Carlos Taffarel,
Norberto Barcellos, pesquisador da Embrapa Jorge Tonietto e pesquisador em
Propriedade Industrial, do INPI, Wilson Fogazzi da Silva Junior, Ricardo José
Chesini, presidente da Afavin, e Maria
Isabel de Toledo Andrade Cunha, do escritório do INPI em Porto Alegre.
Foto Marciele Scarton/D/JN
A Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e
Derivados (Afavin) protocolou na Sede do Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI), em Porto Alegre, o pedido para reconhecimento da IP
Farroupilha, na tarde da última sexta-feira, 25 de julho. A solicitação
formal do reconhecimento exigiu a entrega de um detalhado dossiê com a
delimitação geográfica, a caracterização da vitivinicultura (vinhedos e
vinícolas), os processos de produção, as características de qualidade química e
sensorial dos vinhos, incluindo o reconhecimento histórico da região como
produtora de vinhos moscatéis. No dossiê, consta também o Regulamento de Uso da
IP, estabelecendo os processos de produção exclusivos e obrigatórios e o plano
de controle e certificação dos vinhos qualificados.
Para o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Jorge Tonietto, coordenador técnico
do projeto, o grande diferencial desta Indicação é que a área delimitada
corresponde à tradicional região produtora de uvas moscatéis da Serra Gaúcha,
tendo a maior concentração destas variedades do país. “A conquista da
Indicação pela Afavin irá possibilitar que centenas de produtores e dezenas de
vinícolas estabelecidos dentro da região delimitada possam elaborar moscatéis
espumantes – um dos carros-chefes da preferência nacional-, frisantes e vinhos
tranquilos, que expressam a originalidade do terroir desta região”, destaca.
Além de estarem na
área delimitada, os produtos para receberem a certificação passam por
criteriosos processos de produção e de elaboração dos vinhos segundo o
estabelecido no Regulamento de Uso desenvolvido especialmente para os
vinhos da IP Farroupilha.
Para o presidente do conselho
técnico da Afavin, João Carlos Taffarel, a solicitação marca o fim de um
importante processo. “Com a entrega da documentação desse projeto tão focado,
temos a iminência do reconhecimento oficial como indicação de procedência no
prazo aproximado a um ano e isso coroa um trabalho de longo prazo que estamos
desenvolvendo pelo fortalecimento da cadeia vitivinícola local”, menciona. O
presidente da entidade, Ricardo José Chesini acrescenta que a obtenção da IP
representa a passagem para um novo patamar de trabalho e de promoção dos vinhos
e espumantes farroupilhenses. “Enfatizar as bebidas moscatéis é uma estratégia
assertiva porque valoriza e aproveita a vocação local e tem um grande apelo no
mercado, sendo esses produtos versáteis, leves e aromáticos, com expressiva
aceitação no mercado nacional e potencial para exportação ”, salienta.
As atividades em busca
da certificação começaram em 2005, com a criação da Afavin. Na sequência,
diversas ações foram desenvolvidas, mas a iniciativa ganhou força no ano de
2009 com a aprovação de projeto de Desenvolvimento da Indicação Geográfica, sob
a coordenação da Embrapa Uva e Vinho, tendo como instituições parceiras a
Embrapa Clima Temperado, a Universidade de Caxias do Sul e a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, em trabalho conjunto com os produtores associados
da Afavin. A Afavin também conta com o apoio da Prefeitura Municipal de
Farroupilha. O escritório Barcellos Marcas e Patentes preparou o processo
protocolado no INPI.
Assim que a IP
Farroupilha for aprovado pelo INPI, o Brasil terá cinco Indicações
Geográficas de Vinhos Finos: IP Vale dos Vinhedos (2002) – DO em 2012, IP
Pinto Bandeira (2010), IP Altos Montes (2012), IP Monte Belo (2013). Todas
receberem a orientação e o acompanhamento da Embrapa Uva e Vinho.
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