Numa rápida degustação de três produtos da Vinícola Garibaldi, dia 25 de julho, na empresa, em Garibaldi, deu para sentir a evolução dos vinhos elaborados pelo enólogo Bignati. Um Chardonnay 100%, ano 2007, sem passar no carvalho, mostrou muita fruta, especialmente maçã, leve, jovem, refrescante, com 12° de álcool, boa acidez na boa, ideal para acompanhar peixes. Foi resultado de um vinhedo que produziu 18 mil quilos de uva por hectare, quantidade um pouco exagerada para os novos padrões mundiais de produção que buscam qualidade.
Depois, um Malbec orgânico, Da Casa, 2006, importado da Argentina, bastante leve, menos carregado que os malbec argentinos normais, jovem, também sem carvalho, com aromas de amora e de quando se morde a jaboticaba. Com 13,8° de álcool, é também resultado de um vinhedo de alta produção, 16 mil kg/há. É um vinho de pouco corpo, rubi transparente, o que indica menos corpo ainda, frutado, sem o aroma característico dos malbec, que pode ter uma vida útil de 4 a 5 anos. Acidez elevada na boca, menos ácido que os tradicionais malbec argentinos, sente-se bem o álcool, ideal para acompanhar carne de porco pouco condimentada e carne de cordeiro.
Finalmente, um Prosecco 2008, 100%, elaborado pelo processo charmatt, com uvas colhidas em Monte Belo e Santa Teresa, nas proximidades do Vale dos Vinhedos. Já estava há 30 dias na garrafa, mas é bom que fique, no mínimo, 45 dias. Aromas de lima e algo de defumado, perfume com toque doce. Recebeu 13g de açúcar por litro.
Antes e depois do almoço, bebemos os espumantes Garibaldi Moscatel, Medalha de Ouro no concurso Effervecents Du Monde, na França, em 2007; e o Giuseppe Garibaldi Chardonnay brut. Ambos com boas perlages e acidez agradável.
A geografia brasileira do vinho está mudando muito rapidamente e para melhor. Os gaúchos, além de terem procurado terras melhores para os vinhedos, na campanha e na serra do sudeste, formaram novas gerações de enólogos e investiram fortemente em tecnologia, nos parreirais e nas cantinas, aumentando sensivelmente a qualidade do vinho.
A opinião é de Euclides Penedo Borges, presidente da Associação Brasileira de Sommeliers, que, em companhia de outros 25 colegas, visitou a Vinícola Garibaldi, no final de semana de 25 e 26 de julho, degustando seus vinhos.
“Os produtores gaúchos, que tinham uma quantidade grande de vinhos bons, agora já têm uma quantidade crescente de vinhos ótimos”, afirmou. A Garibaldi, que recebeu 12 milhões de quilos de uvas nesta safra, produz 9 milhões de litros de vinho, sendo 30% vinhos finos. A previsão de faturamento deste ano é de R$ 35 milhões, segundo Miguel Carrero Neto, gerente comercial, apesar da preocupação com a concorrência estrangeira.
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