quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Pinot Noir insossos


Na noite de 3 de fevereiro, participei de uma degustação, às cegas, organizada pela minha linda amiga Andréia  Debon, na Casa Vinho e Arte, em Porto Alegre, e, na prova, estavam sete vinhos pinot noir e três cabernet franc. Confesso, entristecido, que confimeri, mais uma vez, minha opinião sobre os pinot noir elaborados no Brasil: eles não tem aquela explosão de aromas característica dos bons pinot noir franceses e que, por incrível que pareça, encontrei num produzido no Russian River Valley, em Sonoma, na Califórna,  nos Estados Unidos, e que bebi, no Joe´s, em Miami, acompanhando excelentes caranguejos. Foi um Belle Glos Pinot Noir 2013 Dairyman.  Lembro que paguei US$ 35, + impostos. Os sete que degustei na Vinho e Arte me pareceram insossos. Estou começando a dar razão ao jornalista Mário Santarosa, amante do Pinot Noir, desde que não seja brasileiro!
Não vou divulgar seus nomes porque a Andréia Debon ainda não publicou a matéria sobre a prova na revista Bom Vivant, o que vai fazer na próxima edição. Somente dois, na minha pontuação, alcançar 90. – e, isso mesmo, porque eu estava bonzinho naquela noite, ao lado da enóloga Maria Amélia Duarte Flores e dos chefes de cozinha Jorge Nascimento e Roberto Vianna e outros entendidos.
No passado, lá pelos anos de 1960/70/80 fui defensor, por influência do Adolfo Lona, da uva cabernet franc como uva-símbolo do Brasil. A campanha não pegou, porque os produtores optaram por plantar mais cabernet sauvigon. Mas nunca gostei de gostar do vinho cabernet franc. Aliás, no ano passado, provei um muito bom, produzido pelo Peruzzo, lá em Bagé, acho que sob a supervisão do Lona. Pois, na degustação da Andréia, havia três cabernet franc e, para um deles, dei nota 95, um excelente vinho. Não gostei, porém, de um cabernet franc elaborado de uma maneira nova, dita moderna, pálido, que me pareceu mais um clarete do que outra coisa. Depois que a Andréia publicar a matéria dela, voltarei ao assunto. Me cobrem.


Um comentário:

Anônimo disse...

Caro,
Mas 90 pontos é uma excelente nota! Eu não acho que exista no Brasil um vinho digno desta nota. E concordo plenamente com você. Os Pinot Noir brasileiros não podem comparar com os americanos. E tampouco com os neozelandeses. Mas nossos Cabernet Franc são bons. Gosto muito dos Valmarino.
Sds,
Leonel