Como o queijo sempre é um bom companheiro do vinho,
também escrevo sobre o lácteo, principalmente se é produto popular, como o
queijo serra gaúcho.A Coordenação de Atividades de Pesquisa em Gastronomia/Casa
Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul realizou, dia 11 de abril, às
14h na Queijaria São Francisco, situada na BR-285, Distrito de Capão do Tigre,
em Bom Jesus, o encontro de Produtores de Queijo Serrano, Chefs de Cozinha,
profissionais da área e Professores das Escolas de Gastronomia do Estado. O
encontro debateu o uso do Queijo Serrano na gastronomia, a importância do
reconhecimento do produto como Patrimônio Imaterial do Estado, o modo de
aquisição do produto pelos bares e restaurantes fora dos municípios de
produção.
Situada no Sul do Brasil, no Nordeste do Estado do
Rio Grande do Sul (RS), a região dos Campos de Cima da Serra tem na pecuária em
sistema de campo nativo uma de suas principais atividades econômicas. A
atividade de produção artesanal de um queijo característico da região, o Queijo
Serrano, constitui-se em uma fonte de renda das famílias rurais destes
municípios. A tradição de mais de dois séculos de produção desse queijo foi
transmitida de geração a geração, sem grandes mudanças. Assim, mais do que um
simples alimento característico de uma região, o queijo serrano constituiu-se
em um produto com especificidade principalmente ao tipo de pastagem que é
alimento do gado na região, tempo de maturação, e produção a partir do leite
cru.
A estimativa é de aproximadamente 1100 produtores
distribuídos em 11 municípios: Caxias do Sul, São Francisco de Paula, Cambará
do Sul, Jaquirana, Bom Jesus, São José dos Ausentes, Monte Alegre dos Campos,
Vacaria, Ipê, Campestre da Serra e Muitos Capões. A produção média é de 6
quilogramas/propriedade/dia, o que representa aproximadamente 2200
quilogramas/propriedade/ano. A produção anual da região gera uma renda
proveniente do queijo de 2240 toneladas/ano resultando em uma receita bruta de
cerca de R$ 24 milhões (R$22.000,00/propriedade/ano).
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