terça-feira, 30 de julho de 2013

Uma degustação de 26 vinhos da região da Campanha

Um grupo selecionado, entre os quais estávamos eu, o Orestes de Andre Jr. e o Elton Saldanha, degustou 26 vinhos da região da Campanha, sob coordenação do jornalista Irineu Guarnier e da enóloga Maria Amélia Duarte Flores, em sua loja Vinho e Arte, à rua Múcio Teixeira, em Porto Alegre, na noite não muito fria de 29 de julho. Foi um trabalho para ser publicado na nova revista de vinho que está sendo montada pelo Irineu e pelo Henrique Borges, prazeroso e gratificante, pois bebemos alguns vinhos muito bons. Foram 26 rótulos de 12 vinícolas. Acho que, atualmente, existem 16 vinícolas na região. Perguntei por que não estavam presentes todas e a resposta foi de que todos receberam convite, mas, algumas, não mandaram seus vinhos. A degustação foi às cegas. Os rótulos foram divulgados ao final, mas, para descrever, já vou colocando a identificação com a pontuação que eu dei. A pontua ação geral você vai saber quando comprar a revista. Começamos com um Espumante Brut Rosé da Guatambu, de Dom Pedrito, ao qual dei 89 pontos. Seguiu-se um Extra Brut, da Campos de Cima, de Itaqui, que pontuei com 91; um Extra Brut da Guatambu, com 88 pontos; um Brut, da Batalha, de Candiota, que levou 91; um Brut da Nova Aliança, de Santana do Livramento, 94; um Brut, da Dunamis, de Dom Pedrito, 79. Depois, fomos aos brancos. Começamos com um branco seco Viognier, da Campos de Cima, de Itaqui, que ganhou 89 pontos; um branco seco Pinot Grigio, da Dunamis, com 84; um branco seco Luar do Pampa Gewurztraminr, da Guatambu, com 94 pontos; um branco seco Quinta do Seival Alvarinho, da Miolo, em Candiota, 94; um branco seco Província de São Pedro, da Routier & Darricarrère, de Rosário do Sul, com 94. Começamos a estação dos tintos com um Cabernet Franc da Dunamis, 85 pontos; um Pinotage da Dom Pedrito Vinhos, em Dom Pedrito, com 82; um Merlot Rota 293, da Camponogara, em Dom Pedrito, com 83; um Cabernet Sauvignon Rio Velho, da Rio Velho, em Rosário do Sul, 88; um Cabernet Sauvignon Campaña, da Bodega Sossego, em Uruguaiana, 92; um Cabernet Sauvignon Batalha, 92; Cabernet Sauvignon Província de São Pedro Routhier & Darricarrère, 90; um Cabernet Sauvignon Rastros do Pampa Guatambu, 92. Para finalizar, seis vinhos muito característicos da região: Pinotage/Tannat Dom Pedrito Vinhos, 88 pontos; um Touriga Naciolan/Tinta Roriz Quinta do Seival Castas Portuguesas, da Miolo, em Candiota, 90; um Tannat Campos de Cima, 93; um Tannat Estilo Santa Colina, da Nova Aliança, 92; um Tannat Rota 293, da Camponogara, 90; um Tannat Rio Velho, de Rosário do Sul, 87; e um Tannat Vinhas Velhas Almaden, de Livramento, 94 pontos. Dando uma olhada nas minhas notas, comparando espumantes e tintos, elas não sustentam minha tese de que a Campanha deveria dedicar-se mais aos tintos do que aos espumantes. Mas ainda acho que se deve discutir a melhor vocação daquele terroir. Sei que o espumante, comercialmente, é a bola da vez, vende mais, é mais negócio para o viticultor, mas, por alguma coisa que aprendi nestes últimos 40 anos que acompanho a viticultura gaúcha, na serra e nas regiões novas – Planalto, Serra do Sudeste, Campanha – me parece que o desenvolvimento do espumante se deu melhor na serra. Coloquei esta minha idéia para alguns produtores da região. Uns concordaram, a maioria não. Acho que é um debate que vai continuar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Aí, ó, Ucha:

a Campanha não é melhor para brancos ou tintos ou espumantes. É só a idiotia dos pontos sem sentido. Especialmente após tomar tal quantidade de vinhos e estar com as papilas embotadas depois do terceiro ou quarto.

Abraço e juízo (nos dois sentidos).

Olyr corrêa

Maria Amelia Duarte Flores disse...

Olá, o bom disto é a diversidade de opiniões. Alguns que recebem 80 pontos de um degustador, receberam 95 de outros. Por isto nunca sou favorável a pontos, acho que o gosto pessoal é o que deve predominar, painéis assim são bons para analisarmos tendências, mas não são os únicos parâmtros que devemos seguir.

Irineu Guarnier Filho disse...

Caro Ucha
Obrigado pela participação na degustação . A tua expediência e o teu conhecimento certamente qualificaram a nossa avaliação. Lembro aos teus leitores, apenas, que as notas do conjunto dos avaliadores - as médias finais - só serão conhecidas na primeira edição da revista Vintage, que circula até o final deste més. E, desde já, posso adiantar que, apesar das discrepâncias normais na apreciação dos degustadores, os vinhos da Campanha, de um modo geral, foram muito bem pontuados, se levamos em consideração as notas de concursos de vinhos realizadas no país e no exterior.
Um abraço
Irineu Guarnier - Editor de Vintage

Flávio disse...

Miolo com 94 pontos???? Essa é a sua avaliação só pensando no "universo dos vinhos nacionais"???? Qual técnica que vc utilizou para dar essas notas???? Poucos dos grandes vinhos do mundo (borgonhas, bordeaux, barolos, etc....) podem obter tal nota sem jabá. Temos espumantes muito bons, mas os nossos tintos ainda são na média sofríveis..... Os nossos melhores exemplares (Boscato Gran Reserva cab. Sauv., Storia da Valduga, VF da Villa Francioni, etc...) apesar de bons ainda estão longe de alcançar 90 pontos, 3 Biccheri, 4 estrelas etc...
Acho que um dia, os tintos e brancos, podem chegar a um otimo padrão na campanha gaúcha e na serra catarinense.
Abraços,
Flávio

Flávio disse...

Miolo com 94 pontos???? Essa é a sua avaliação só pensando no "universo dos vinhos nacionais"???? Qual técnica que vc utilizou para dar essas notas???? Poucos dos grandes vinhos do mundo (borgonhas, bordeaux, barolos, etc....) podem obter tal nota sem jabá. Temos espumantes muito bons, mas os nossos tintos ainda são na média sofríveis..... Os nossos melhores exemplares (Boscato Gran Reserva cab. Sauv., Storia da Valduga, VF da Villa Francioni, etc...) apesar de bons ainda estão longe de alcançar 90 pontos, 3 Biccheri, 4 estrelas etc...
Acho que um dia, os tintos e brancos, podem chegar a um otimo padrão na campanha gaúcha e na serra catarinense.
Abraços,
Flávio