quarta-feira, 31 de julho de 2013
Sonoma indica vinhos que acompanham pratos brasileiros
O Sonoma, principal curadoria de vinhos virtual do país, indica por meio de seus consultores vinhos que harmonizam pratos da culinária nacional, como a tradicional feijoada, receitas apimentadas, entre outros. A bebida, que teve 47,8% de crescimento nas vendas em 2011 segundo a pesquisadora de mercado Nielsen, está mais presente na mesa do brasileiro, mas muitas vezes encontra dificuldades na hora de harmonizar comidas típicas.
Feijoada
A feijoada pode ser harmonizada com vinhos de acidez acentuada, que vão desde um tinto francês da Borgonha (produzido tradicionalmente a partir de uvas Pinot Noir) até um espumante. O ideal é combinar o sal e a gordura dos ingredientes com a acidez da bebida.
“Não tenho a menor dúvida em indicar um Pinot Noir pra acompanhar esse prato tão delicioso. Os ingredientes da feijoada têm a gordura muito proeminente, eles vão se esvair em deleite nos braços da acidez de um Pinot mais ‘nervoso’”, indica Edson Barbosa, sommelier e Diretor de Operações do Sonoma.
Já Sonia Denicol, sommelière WSET nível III e curadora do Sonoma, ousa recomendar um espumante rosé como o da vinícola brasileira Pizzato, elaborado com duas uvas tintas - a Merlot e a Egiodola - que lhe conferem estrutura para acompanhar o peso desse prato, cujo sal e gordura serão segurados pelo frescor e acidez do espumante.
Pratos picantes
Para pratos condimentados, uma das regras de ouro é harmonizá-los com vinhos refrescantes, servidos em temperaturas baixas. Nesse caso, os vinhos brancos se tornam uma ótima pedida para combinar com a ardência e o calor no paladar.
Jô Barros, escolhida como a melhor sommelière do Brasil em 2011 pela revista Prazeres da Mesa, hoje atua como diretora de produtos do Sonoma. Ela não hesita em recomendar o Gewürztraminer da vinícola Cordilheira de Sant'Anna, pois sua acidez e doçura harmonizam perfeitamente com pratos apimentados. Já Edson propõe um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, um Pinot Grigio ou um Chablis, vinhos que ajudam a refrescar a boca e não se sobrepõem ao sabor da comida. “Os espumantes são sempre uma alternativa muito interessante para quem não quer correr riscos.”
Defumados – linguiças, presuntos e outros
Vinhos como o do Porto (produzidos na região do Douro, em Portugal), por serem naturalmente doces, são ótimas pedidas para se contrapor a comidas salgadas. O vinho branco é padrão com defumados, mas deve ser leve e frutado. Os tintos também se encaixam, desde que tenham boa acidez.
As linguiças, em geral, têm como característica a gordura e os sabores acentuados. “Opto por um Chianti simples, me aproveitando de sua acentuada acidez e dos seus sabores proeminentes”, indica Edson.
“Em geral, pratos defumados combinam muito melhor com vinhos que não passam por barrica de carvalho, ou que passem muito pouco tempo nesse estágio. Prefira vinhos com pouco tanino, como é o caso dos que levam as uvas Gamay ou Pinot Noir. Pensando em uma versão nacional, eu recomendaria o Pinot Noir Viapiana”, comenta Jô Barros.
Sonia explica que os embutidos e derivados de carne têm proteína e gordura, ingredientes que casam perfeitamente com os taninos (composto encontrado nas cascas das uvas). “Além de bons Merlots brasileiros, recomendo uma variedade nacional diferente, como a Ancellotta, uva que veio da Itália, mas agora está extinta por lá e se adaptou muito bem ao sul do Brasil. Um ótimo exemplo é o da vinícola Larentis, uma raridade e uma delícia”, indica.
Saladas
Para saladas, são indicados vinhos com acidez mais elevada, devido aos temperos da salada (como azeite,vinagre e molhos).A sugestão de Edson é o Sauvignon Blanc. No entanto, alguns tintos leves, com poucos taninos, como um francês Beaujolais, podem harmonizar com saladas com legumes grelhados ou cogumelos.
“Com as saladas, gosto de sugerir os espumantes, principalmente se a salada for temperada com limão ou vinagre. Uma dica são os espumantes secos, como os Estrelas do Brasil Brut”, recomenda Jô Barros.
Sonia Denicol explica que as saladas são pratos muito versáteis, desde a mais básica de folhas verdes e tomates até as mais elaboradas com tiras de frango, presunto cru e frutas como pera, figo e manga. Ela indica os vinhos rosés, que são frescos, frutados e trazem certa estrutura.
Jô Barros é a principal sommelière do Sonoma. Foi eleita a melhor sommèliere do país pela revista Prazeres da Mesa em 2011. Atua no mundo dos vinhos e gastronomia há 10 anos, inclusive com alguns dos melhores chefs de cozinha do país, como Alex Atala e Bel Coelho. É formada em Hotelaria pela Universidade São Judas Tadeu e Logística pelo Centro Universitário SENAC.
Edson Barbosa, diretor de Operações do Sonoma, é formado como sommelier pelo SENAC e WSET nível II é diretor de operações do Sonoma. Iniciou a carreira no site Estação do Vinho, há cinco anos, do qual foi CEO. É formado pelo ITA, já foi diretor de banco e consultor de empresas.
Sonia Denicol, consultora do Sonoma , é Sommelière com formação pelo Senac e certificação WSET nível III. Atuando na área desde 2004, dedica-se a pesquisar e divulgar os vinhos de pequenos produtores do Brasil.
O Sonoma é o principal site de curadoria de vinhos e gastronomia do país. Fundado por Alykhan Karim, natural da Califórnia, nos Estados Unidos, tem como objetivo não só comercializar vinhos, mas ser referência sobre a cultura de consumo da bebida que, a cada ano, faz mais parte da mesa dos brasileiros.
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